sábado, 13 de outubro de 2012

Aves de bico torto caem no gosto de moradores das grandes cidades

 E se transformam em alternativa de negócio para aqueles que decidem investir em viveiros




Agapornis de olho na câmera: quanto mais mansos, mais valorizados. Foto: Jair Amaral/EM/D.A. Press
Agapornis de olho na câmera: quanto mais mansos, mais valorizados. Foto: Jair Amaral/EM/D.A. Press
Elas são dóceis, fáceis de criar, podem cantar – e até falar – e ainda têm uma beleza exótica que ornamenta qualquer ambiente. As aves de bico torto caíram nas graças do mundo pet, que cresce a voos rápidos no Brasil. No ano passado, o mercado de pets faturou R$ 12,2 bilhões no país e cresceu 10,9% em relação a 2010, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). Para este ano, a previsão é de que o faturamento seja de R$ 13,6 bilhões. Em Minas Gerais, as calopsitas, agapornis, papagaios, araras e cacatuas ganham espaço nos viveiros de criadores. De acordo com as espécies e características das aves (as mansas são mais caras), os preços podem ir de R$ 80 (agapornis) a R$ 15 mil (cacatuas). E, quando estão mansas, as aves podem ser criadas soltas nas casas, com maior interação com os donos.
 
A reprodução mais fácil e o mercado garantido estimulam os criadores. “O mercado legalizado de aves está em expansão. Antes não havia fornecedores legalizados”, explica Fábio Hosken, zootecnista especializado em animais silvestres. As aves de pequeno porte, diz, além de não ocuparem área grande, são mais fáceis de serem criadas. “E elas têm um caráter exótico e diferente que tem atraído os compradores. Cachorro e gato muita gente tem. Mas a criação do papagaio, por exemplo, é mais rara”, diz Hosken.

Na sua avaliação, a criação de aves em cativeiro é uma forma de impedir o comércio ilegal. “Evita que o animal venha de transporte clandestino. Os bichos que são captados na natureza dificilmente sobrevivem fora dela”, observa. Segundo dados da WWF, organização não governamental comprometida com a conservação da natureza, dentro do contexto social e econômico, de cada 10 aves que são capturadas na natureza, apenas uma sobrevive.
Há 15 anos, Rosilei Elisa da Costa, conhecida entre a clientela como Branca, e seu marido, Geraldo Magela Pimentel criam calopsitas e agapornis no sítio em Mateus Leme, a cerca de 100 quilômetros do Centro de Belo Horizonte. A atividade, que começou como hobby, hoje virou negócio: são cerca de 700 aves no sítio e mensalmente são vendidas cerca de 70 delas.

“As pessoas hoje querem ter um animal de estimação. E o pássaro é ornamental e fácil de lidar, além de embelezar o ambiente”, explica Branca. Ela trabalhava no passado como demonstradora de gênero alimentício e Geraldo, como representante comercial. Com o tempo, a criação de aves foi crescendo, assim como as encomendas. E os dois abandonaram as atividades anteriores para se dedicarem ao Criadouro Serra Azul, onde estão o viveiro de calopsita e os cinco de agapornis.

Ela resume as principais características das aves. “O agaporni é mais curioso e alegre. As calopsitas, mais dóceis e calmas”, diz. O criadouro produz algumas mutações de calopsitas como a albina, cara branca, pérola, arlequim, lutinos, canela e cinza padrão. E os agapornis são criados em três espécies: roseicollis, personatus e fischeri verde. “O agaporni é mais chamativo em função da variedade de cores”, observa Branca.

Nenhum comentário:

Postar um comentário